domingo, 25 de setembro de 2011

FUGA


Jazia ali, há muito perdido, esquecido
E das profundezas do inconsciente ressurgiu.
Resultado da dor, do desamor, do coração ferido
Forte, perfeito como dantes, por seu lugar bramiu.

Feito de solidão, desgosto e desilusão
A fuga perfeita, um espectro, utopia.
No mundo dos sonhos, apazigua o coração
Afasta a agonia, a vida recria, traz de volta a poesia.

Como retornaste? Como sobrepujaste toda a coragem?
A intrepidez se apequenou? A confiança se esvaiu enquanto o amor caía?
Se houvessem meios, não mais seria miragem
À verdade ascenderia, em carne e osso converter-te-ia.

Desejo improvável, impraticável, irrealizável
E permaneces aí, a velar-me, impoluto.
Na brevidade dos sonhos, perfeitamente tangível
Somente meu, indefectível, absoluto.

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