Passei muito tempo observando o horizonte
Vendo suas cores e beleza esplendorosa
Desejei ardentemente que existisse uma ponte
Que me aproximasse dessa imagem fabulosa.
Decidi que se eu quisesse fazer parte
Dessa pintura feita pelas mãos do criador
E ser transformada na mais bela arte
Teria que buscar meu eu desbravador.
Embrenhei-me na densidade da mata escura
Encarei o negrume das noites de interlúnio
Venci o deserto escaldante com bravura
E sobre meu cansaço mantive o domínio.
Caminhei por imensos vales verdejantes
Escalei altos cumes com esforço sobre-humano
Fui além das montanhas mais distantes
Naveguei e enfrentei a fúria do oceano.
Mas percebi que quanto mais eu buscava
Mais meu objeto de desejo se afastava
E que a busca por meu horizonte distante
Havia se transformado num ato angustiante.
Percebi que no trajeto cego que percorri
Deixei de ver imagens belas
E de incríveis momentos não usufruí
Não percebi que já fazia parte da divina arte.
Descobri que buscava algo que não era meu
E que passei a ignorar tudo mais ao meu redor
Aprendi que está em mim a felicidade
E que já faço parte da divina arte
SOMOS PARTE DA DIVINA ARTE!